O propósito numa curva
O que lês, meu caro, nesta página
Em branco, é o sangue e a morte dos meus sonhos...
Entretanto, um célebre poeta costumava dizer:
“Quem faz um poema salva um afogado.”
Ora! Isto, decerto, é muito interessante, mas
[contraditório.
Ao menos em meu caso, fico sempre a indagar-me:
Que podem meus ínfimos versos, uns pobres mendigos,
Pedaços de mim que se constroem
Desfazendo-me por inteiro?
Pobrezinhos, pobrezinhos! São crianças sem cor a
[chorar!
Que podem eles, meu Deus?! Mal se sustentam...
Mal se vêem ao espelho, mal respiram a esperança!
Mas, se d’alguma valia gozam, que esta se faça notória
E profunda, benéfica para os corações dos loucos,
Dos ébrios, das almas vagantes pela Terra das dores!
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