segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O Eleito

A noite sempre me traz um triste queixume e
Segreda-me sobre grandes poetas, mortos:
Suas desgraças e dores e seus versos tortos...
Mas, ó! Como fala-me o etéreo vagalume!

“Quanta saudade”, diz-me a noite vaporosa...
“Saudade dos áureos tempos, dos tempos idos:
 Aqueles em que a dor e o pranto eram queridos,
 E a lágrima dos cantos era a mais luminosa!”

 Ó, noite! Minha amiga das eternas desgraças...
 Quero de ti ser o Eleito, aquele vivo
 Condor imenso, a desbravar-te, sensitivo...
 E pelas brumas tuas, ao mundo levar Graças!

 Deixe com que eu a cante, como ninguém o fez...
 Serás tu mais feliz, e não terás viuvez!

Nenhum comentário:

Postar um comentário