O Eleito
A noite sempre me traz um triste queixume e
Segreda-me sobre grandes poetas, mortos:
Suas desgraças e dores e seus versos tortos...
Mas, ó! Como fala-me o etéreo vagalume!
“Quanta saudade”, diz-me a noite vaporosa...
“Saudade dos áureos tempos, dos tempos idos:
Aqueles em que a dor e o pranto eram queridos,
Aqueles em que a dor e o pranto eram queridos,
E a lágrima dos cantos era a mais luminosa!”
Ó, noite! Minha amiga das eternas desgraças...
Quero de ti ser o Eleito, aquele vivo
Condor imenso, a desbravar-te, sensitivo...
E pelas brumas tuas, ao mundo levar Graças!
Deixe com que eu a cante, como ninguém o fez...
Serás tu mais feliz, e não terás viuvez!
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