segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O boneco apaixonado

Não consigo amarrar os sapatos,
Pois meus cadarços são de aço
E em minhas veias pulsam estáticas melodias.

Não consigo amarrar os sapatos,
Pois minhas mãos e pés o encantamento respiram
Quando malogrado vejo-me diante do espelho.

Minha vida é um grande vazio de movimentos...

Eu aqui, parado, contemplo n’amplidão
Tua Luz, teu patamar elevado, tuas mãos;
Da sorte que não tenho, só fico a sonhar-te!

Os caminhos para alcançar-te, não trilho...
Estás muito longe... quase a ti, não enxergo!
Nem ao menos no bolso, consigo o teu brilho guardar...

Meus sonhos sufocam-se pela iminência do impossível...

Enfim, sou exatamente isto que vês:
Um reduto...um reduto de paralisias!
Contudo, mesmo sendo o que me resume,

O Vento, as Cachoeiras e Cavalos, eu amo...
Os invejo, por isso que os amo:
Não vivem assim como eu...assim tristes...

Minha esperança na Roda da Fortuna reside!

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